terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Castelo Templário & Convento de Cristo

Entrar no conjunto monumental de esplendorosa beleza, classificado como Património Mundial, do Castelo Templário e Convento de Cristo, é iniciar uma viagem pela história das ordens religiosas e militares, ao longo dos séculos. Em 04 de Novembro de 2012, começámos a nossa visita pelo Castelo Templário, percorrendo as muralhas que oferecem uma singular vista panorâmica da cidade de Tomar beijada pelas margens do Nabão. Percepcionamos imediatamente o génio e a grandeza da obra edificada por Gualdim Pais, mestre da Ordem do Templo, que em 1160, iniciou na mais alta colina de Tomar os alicerces do berço da Ordem Templária em Portugal. A torre de menagem e o robusto alambor, são os mais imponentes testemunhos da inovadora arquitectura militar introduzida no nosso país pelos monges cavaleiros.


 
 No Convento de Cristo, todo o espaço revela um fascinante e extraordinário agregado patrimonial onde, desde o séc. XII até ao séc. XVIII, vários estilos artísticos e arquitectónicos contribuíram para a sua edificação e, deixaram profundas marcas simbólicas e esotéricas, tornando-o um exemplar único da arquitectura religiosa. O Convento de Cristo é um compêndio de arte e história, revelando aos seus visitantes, em cada detalhe ornamental e no conjunto da sua imensa estrutura, todo o misticismo da cavalaria templária, convertida mais tarde na Ordem de Cristo.
 
 
 No séc. XIV, já com a Ordem de Cristo, o convento recebe mais dois claustros (da Lavagem e do Cemitério) e o paço do Infante D. Henrique, mestre da Ordem. No reinado de D. Manuel foi levantada uma nova igreja que sacrificou uma parte da Charola e se ligou a esta. Com D. João III, o convento volta a sofrer transformações. Desta vez são edificados novos claustros (Santa Bárbara, Hospedaria, Micha e Corvos), o refeitório e o dormitório. Logo após a perda da independência, Filipe I manda concluir o chamado claustro de D. João III ou Principal.
 
 
 
O convento possui oitos claustros que parecem não ter fim, sendo o Principal, o mais deslumbrante. Por último, D. Pedro II manda levantar na fachada norte a Enfermaria dos Frades, posteriormente adaptada a Hospital Militar Regional. Um aqueduto, do tempo dos Filipes abastecia o convento e, é uma obra-prima da engenharia civil de finais do séc. XVI.
 
 
 
A Charola, uma igreja fortaleza construída no séc. XII, é um edifício singular do legado templário. Este espaço destinado a acolher as orações dos cavaleiros templários, sofreu múltiplas transformações artísticas e estruturais ao longo dos séculos, até ser transformado, no séc. XVI, em capela-mor da igreja Manuelina à qual está hoje unida por um monumental arco. Além da estatuária, as paredes estão cobertas por frescos e há pinturas do séc. XVI sobre madeira, couro e cal, representando cenas bíblicas que, formam um impressionante conjunto ornamental. A Charola do Convento de Cristo é um dos mais ricos e genuínos legados templários do mundo.
 
 
 
 A iconografia da Janela do Capítulo expressa na decoração à base de troncos, nós, laços, cordas, animais marinhos, etc; é o exemplar mais conhecido do estilo Manuelino, fascinante e misteriosa até ao mais ínfimo pormenor da simbologia e do esoterismo que lhe estão associados.
 


Compreender, apreciar e absorver a história lendária do Convento de Cristo requer tempo, dedicação e sentido do detalhe. São séculos de conhecimento, de fé e de heranças que aqui estão edificados; é necessário deixar que o olhar navegue livremente para além do espaço e do tempo, é essencial deixar que este ambiente fantástico e mágico tome conta de nós…